Qual é a verba?

Quando estava do outro lado do balcão, questionava as agencias que, ao final do briefing, traziam a icônica pergunta: qual é a verba?
Confesso que me causava uma inquietude, convicta de que era papel da agência trazer as melhores soluções para a demanda – da básica à premium – para a tomada de decisão em razão do melhor custo x benefício e potencial de resultados. E não foram poucas vezes que a verba disponível era menor do que a proposta aprovada, provando que, uma sacada genial estimula a readequação de budget ou a busca de caminhos para sua implementação.
Mas fui obrigada a rever os meus conceitos. Desculpe agencias, sim é importante o cliente passar uma ordem de grandeza do budget disponível. Afinal, o céu é o limite em termos de possibilidades, além, claro, do custo envolvido em pesquisa, planejamento, desenvolvimento e criação, exigindo uma maior assertividade no apetite de investimento. Tenho consciência de que a situação que vivenciei não é usual e como é desafiador trabalhar numa campanha às cegas financeiramente.
Porém, não significa apresentar apenas a solução que cabe no bolso do cliente. Mas, quando possível, encantar com propostas que tragam outras tendências, benefícios, enfim que evidenciam o genuíno interesse da agencia em apresentar as melhores soluções, se não para a demanda em questão para uma próxima oportunidade. Cliente gosta de alternativas, de conhecer o melhor, o mais recomendado mesmo que a limitação de budget não permita no momento. Até porque nem sempre as compras são somente racionais, principalmente no admirável universo da comunicação