Crise: a pergunta não é se virá. Mas quando virá.

Nos ambientes e fóruns sobre comunicação, reputação tem sido o foco. Isso porque um dos maiores desafios das empresas é construir e proteger suas marcas, além de transmitir seus princípios e valores.

Não se trata de nenhuma novidade. Seja em uma empresa ou na vida pessoal, a reputação faz a diferença. Mas, quando a questão é a imagem de uma marca, o processo fica ainda mais complexo, se não perigoso.

Porém, a impressão que se tem, é de que proteger marca e consequentemente os negócios, é tarefa para as empresas de grande porte. Quando, um alto percentual de empresas que tem sua reputação devastada por uma crise, se concentra nas empresas de pequeno e médio porte.

Semana passada uma tragédia chocou a população de Curitiba. Uma explosão destruiu um apartamento, tirou a vida de uma criança e deixou três pessoas gravemente feridas. As razões estão sendo investigadas pelas autoridades, mas a princípio, tudo leva a crer, que o acidente teria sido causado durante a impermeabilização de um sofá por uma empresa especializada.

A notícia naturalmente causou uma grande comoção, mas, a empresa que fazia o trabalho além de não se pronunciar, excluiu seu perfil das mídias sociais e se calou. Sem dó ou piedade, cometeu o maior erro que se pode ter numa  fatalidade como esta. A falta de solidariedade para com as vítimas, alastrando chamas indestrutíveis à sua imagem, negócio e a todos que atuam no setor.

Acidentes, infelizmente, acontecem. Sem entrar no mérito se a empresa estava com suas licenças em ordem, se o técnico estava devidamente preparado, se os materiais usados eram os adequados, se a família foi conscientizada dos riscos e uma série de outras hipóteses, a reflexão é como as empresas estão administrando as suas crises. A diferença fica por conta do preparo para enfrentar o problema. Respeito, compaixão, apoio, transparência podem minimizar as labaredas. É o mínimo que a sociedade espera de quem se propõe a vender um produto ou serviço. Seja grande ou pequena empresa, ou até mesmo um Clube, como assistimos recentemente.

Não importa se a empresa tenha 02 ou 20 mil funcionários. Porque ninguém está a salvo de uma crise que coloque em xeque a reputação. A explosão pode chegar sem aviso e, em questão de segundos, queimar vidas e sonhos e destruir uma empresa e uma marca.

Em meio ao caos, porém, nem tudo estará perdido quando se tem um plano de gestão para colocar em prática. Quanto mais ágil, transparente, assertivo e, principalmente, solidário, maiores são as chances de mitigar os danos causados a terceiros e à própria marca.

Porque já não se questiona se uma crise virá. Mas sim quando ela virá.